REVIEW | Dynasty 1×03: Guilt is for Insecure People

Pode parecer estranho nesse momento lembrar que Dynasty representou muito bem a sociedade próspera do interior dos Estados Unidos durante o boom do petróleo no final dos anos de 1970 e início de 1980, mas agora retorna à televisão com um intuito bastante diferente – fazer graça com os costumes do 1% e apresentar uma das maiores (e melhores) histórias da indústria do entretenimento americano para uma nova geração preocupada com impacto social, energias renováveis e o politcamente correto.
Há de se ressaltar também que essa história não foi bem sucedida apenas pelo fato de explorar a vida de uma camada da sociedade que experimentaria os prazeres gerados pelo estouro das commodoties no mercado doméstico, mas sim pela maneira despretensiosa que retratou o conflito entre duas famílias por dinheiro, poder e prazer. Infelizmente, essa nova versão ainda não conseguiu encontrar objetivos tão claros, sucintos e divertidos.
Depois de um piloto forte, controlado e com suas intenções claramente expostas, Dynasty conseguiu manter o bom ritmo na semana seguinte, mas neste terceiro episódio tudo desabou de uma forma espetacular. A direção não conseguiu encontrar as entradas e saídas corretas para seus personagens, o roteiro oscilou entre sexo, brigas incoerentes e uma ausência incrível de assunto, sem contar com os dramas pessoais que não despertam o mínimo de empatia no telespectador.
Gosto de quando um novelão aparece para brincar com a maneira na qual o gênero ficou consagrado e os atores usam e abusam das caricaturcas para construir suas performances. O uso deste recurso pode fazer muito bem à história desde que seja intencional, porque quando temos trabalhos tão ruins vindo do elenco de forma involuntária a sensação é que alguns atores faltaram aos ensaios ou as aulas sobre o que não se deve fazer em cena.
Em síntese acredito que quando uma série entrega seu pior episódio, o único caminho daqui para frente é melhorar gradativamente. Temos um elenco competente e um material base amplo e rico em potencial, basta que os roteiristas e os diretores lembrem disso e saibam como entregar da próxima vez.