REVIEW | Dynasty 1×05 – Company Slut

Desistindo de manter alguma coerência ou de construir uma história minimamente interessante, Dynasty assume uma postura ainda mais estranha a partir desse quinto episódio – desistir de fazer algum sentido e dar ao telespectador o que ele, aparentemente, mais gosta – barraco, apelo sexual e as extravagâncias do “1% do 1%”. Não parece uma estratégia promissora, principalmente para um programa que flerta com a possibilidade de ficar no ar por muito tempo, mas apesar das enormes adversidades Company Slut é o que você precisa para assistir despretensiosamente e mais nada.
Sem esquecer da sex tape vazada na semana anterior, o roteiro conseguiu trabalhar bem essa alçada repentina de Cristal ao cargo de COO. Em nenhum momento questionou-se ou deu-se uma oportunidade para nova executiva mostrar o porquê foi escolhida para tal posto, mas em razão de um pensamento machista os funcionários julgaram sua promoção a partir de boatos ou de um vídeo infame que nada tem a dizer sobre as qualificações de uma pessoa para tocar uma empresa. É verdade que para quem está no processo de negociação com uma empresa conservadora do Texas, um vazamento como esse é fatal, mas acredito que o texto acertou em tratar, mesmo que superficialmente, do quão difícil o ambiente corporativo é para as mulheres.
Ao mesmo tempo que o roteiro acerta nessa situação, ele acaba tropeçando mais uma vez ao levar a rivalidade de Cristal e Fallon ao nível mais baixo até aqui. Não me levem a mal, pois acredito que a maneira na qual essas duas se odeiam é até divertido, mas o humor pastelão é algo que nem a série original tinha e as comédias da CBS usam mais para introduzir alguma piada. Continuem, mas é preciso ser um pouquinho mais elegante, criativo e moderno no momento de fazer o telespectador se divertir. Lembro que antes mesmo de Dynasty ser lançada prometeu-se que a série seria mais do que brigas entre duas mulheres. Aguardo.
James Mackay é um ótimo ator, diria até que uma das gratas revelações que esta temporada de televisão nos trouxe, mas seu personagem continua sem a relevância que eu pensei que teria. Nós sabemos que ele é gay e que seu pai aparentemente lhe aceita, defende a geração de energia limpa e é o responsável pela administração da fundação Carrington, mas e aí? O telespectador vê Steven andar de um lado para o outro sem uma função determinada. É frustrante. Sem contar com a irrelevância completa de Sammy Jo. Rafael De La Fuente trabalha bem, é bonito e tem talento, mas consegue fazer muito mais do que isso que temos até aqui.
Quero mais sequências na Carrington Atlantic, acredito que a série cresceu muito ao mudar um pouquinho de ambientação e tentar falar de negócios. Espero que esqueçam da Claudia e enterrem, definitivamente, essa história de amante. Repito que o material está aqui e as possibilidades são infinitas, basta que os roteiristas lembrem disso.